terça-feira, 5 de julho de 2016
Com etiqueta ou sem? Texto de Gloria Kalil
Acabo de saber que, na Austrália, desde 2012 uma lei obriga os fabricantes de cigarro a venderem seus produtos sem marca e seguindo uma embalagem padrão.
Resultado: uma queda considerável da venda do produto. Esta proposta estaria sendo estudada para ser adotada por aqui
Minha pergunta é: o que aconteceria com grande parte das marcas de moda se fossem obrigadas a vender sem etiqueta? Será que venderiam igual ou será que seriam rejeitadas pelo público que compra roupas assinadas e com etiquetas bem chamativas só por causa do status que o nome da marca promete?
Quem compra de fato a roupa por seu design e qualidade desprezando a força do seu marketing?
Conheço um grande fabricante de jeans que fez o teste: ofereceu a um grupo de consumidores calças com defeito e com marca a preço cheio e propôs como alternativa calças perfeitas, sem marca, pela metade do preço. Venceu a calça defeituosa com a etiqueta em lugar bem visível.
Como analisar esse assunto? Me parece que temos que considerar duas coisas diferentes: marca e marketing.
Marca é o nome da roupa; aquele registro que identifica o produto, como o nome próprio de uma pessoa. Outra coisa é seu marketing, que atribui àquele nome características e qualidades que nem sempre estão no design, na qualidade, no preço pedidos.
O que faria uma pessoa comprar por 2 mil dólares uma camiseta de algodão e manga curta, furada e desbeiçada, se não tivesse a assinatura de uma grande marca francesa como eu vi acontecer na Barneys de Nova York há pouco tempo?
Marca ou marketing? Em que time você aposta?
Fonte/Texto: Gloria Kalil / http://chic.uol.com.br
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